Link para a reportagem do Diário do Nordeste
Construção do Brendan Simbwaye utilizou 70 toneladas de aço naval e 20t de alumínio
(Foto: José Leomar)
Projetos somam US$ 40 milhões. Há ainda planos de participar da concorrência de navios para patrulhar litoral
As atividades na Indústria Naval Cearense (Inace) estão de vento em popa. Antes de entregar ao governo da Namíbia o navio patrulha Brendan Simbwaye, a empresa já iniciou a construção da primeira de duas lanchas que também fazem parte do projeto para atender aquele país africano, orçado em US$ 24 milhões.
No estaleiro, também está sendo realizado trabalho de acabamento de cinco lanchas para a Marinha do Brasil, com valor de investimento próximo a R$ 16 milhões. Nos planos para 2009 está a participação na concorrência de mais quatro navios de 500 toneladas para patrulhar costa brasileira, cuja licitação acontece no próximo dia 8 de fevereiro.
De acordo com Elisa Gradhvol Bezerra, superintendente da Inace, ´a chegada do navio importado do Ceará na Namíbia vai favorecer o interesse de outros países africanos de encomendar embarcações´. ´Um projeto como esse leva anos de negociação. O país interessado precisa confiar na empresa que vai construir. No caso da Namíbia, foram dez anos´.
Ela disse que a construção do Brendan Simbwaye levou quatro anos por opção da Namíbia, que só podia fazer os investimentos de forma paulatina. ´Um navio-patrulha com as características desse que vamos entregar é possível fabricarmos em até 24 meses. O maior entrave é que temos que importar o motor da Alemanha — 30% a 40% dos itens da embarcação são importados. Se tivéssemos esse equipamento na prateleira, entregaríamos em 18 meses´, destacou Elisa Bezerra. A superintendente da Inace adiantou que das cinco lanchas de 45 toneladas destinadas à Marinha brasileira, que estão no estaleiro para acabamento, duas serão entregues ainda este ano. As outras três ficam para 2010; o mesmo prazo para as embarcações da Namíbia, de 500 toneladas.
Brendan Simbwaye
O coverta (sic) será incorporado à Marinha da Namíbia em cerimônia que acontece na próxima sexta-feira, às 16h30, no estaleiro Inace, quando haverá a troca de tripulação — sai o pessoal do Ceará e entram os namibianos: cinco oficiais e 26 praças (sargentos, cabos e marinheiros).
O navio é o primeiro construído por uma indústria privada no País a ser exportado.
Em sua fabricação foram utilizadas 70 toneladas (t) de aço naval e 20 t de alumínio. Está equipado com um canhão de 40 milímetros (mm) na proa e duas metralhadoras de 20 mm nas laterais. Dispõe de um radar de busca de longo alcance na popa e dois botes de salvamento com guindastes. Conta ainda com infra-estrutura de apoio à mergulho.
O Brendan Simbwaye — nome do mártir da independência da Namíbia — possui comprimento de 46,5 metros e desenvolve velocidade de 27 nós. Será empregado na vigilância e defesa da costa namibiana. Pode ser utilizado também para busca e resgate.
O evento deve contar com a presença do governador do Ceará, Cid Ferreira Gomes; dos ministros da Defesa da Namíbia e do Brasil (Nelson Jobim); do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge; dos comandantes da Marinha da Namíbia e do Brasil (Almirante-de-Esquadra Júlio Soares de Moura Neto); da prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, entre outras autoridades.
ISILDENE MUNIZ
Repórter
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