Hoje, o setor emprega 1.300 pessoas no Ceará, onde fabrica navios militares, off shore e de lazer, como iatesA indústria naval, que já colocou o Brasil na segunda posição do ranking mundial, mas depois sofreu forte retração por aqui, deverá, agora, render boas divisas ao Ceará. Em um período de quatro a cinco anos, a carteira de negócios cearense deverá alcançar a marca de US$ 1 bilhão, um dos maiores faturamentos do País no setor. Para garantir o esperado incremento da produtividade, deverão ser gerados, no Estado, cerca de quatro mil empregos. Atualmente, o setor emprega 1.300 pessoas no Ceará, onde fabrica navios militares, de off shore e de lazer, como iates.Quem garante tão promissores resultados é o diretor presidente da Indústria Naval do Ceará (Inace), Gil Bezerra, que já contabiliza 45 anos no ramo. ´Graças a este ´boom´ que o Brasil passa agora, nós estamos pegando a rebarba de todos esses acontecimentos´, justifica o industrial, destacando as ações que vêm levando ao soerguimento nacional do setor.Segundo ele, apesar de não possuir um estaleiro do porte do que está sendo construído em Pernambuco — o Atlântico Sul, que será o maior da América Latina —, o Ceará terá resultados bem expressivos.´Nós estamos passando de uma produção de 15% de nossa capacidade para 70%. No Brasil, todo mundo está trabalhando a 100% e nós, até o fim do ano, também deveremos estar operando na capacidade total´, diz. ´Para isso que nós estamos criando novos canteiros de obras, para que possamos, nos próximos três, quatro anos, estarmos com o segmento não em grandes navios, faturando o que o Atlântico Sul faturará´.O diretor presidente do Inace esclarece que isso é possível pelo fato de o novo estaleiro em construção na área do porto pernambucano de Suape estar se dedicando a navios graneleiros, de maior porte. Aqui, as embarcações são menores, mas o seu custo, por outros fatores, não fica atrás. ´Pra você ter idéia, um navio supridor [produzido aqui], custa quase o mesmo preço de um Panamax [de maior porte, usado comumente para transportar cereais]. É um navio altamente técnico, mas muito menor em peso. Contudo, paga-se pela tecnologia´, afirma.E ele complementa: ´Um iate [também fabricado pela Inace], que constrói aqui com 50% do preço do primeiro mundo, é caro. Todo navio de apoio é caro. E com isso, tem um esforço menor de fabricação, um esforço menor de canteiro de obra e, assim, chegamos a ter uma produtividade e um resultado semelhante ao Atlântico Sul´.Fornecimento de peçasAs possibilidades de o Ceará lucrar com o momento de recuperação naval vivido pelo Brasil ainda são mais diversificadas, segundo aponta o assistente diretor de Transporte Marítimo da Transpetro, Rubens Langer. Segundo ele, a construção de navios no Atlântico Sul vai exigir o fornecimento de diversas peças e equipamentos, que podem ser fornecidos pelo Ceará. ´O estaleiro vai gerar cinco mil empregos. Mas a proporção é de que, a cada emprego diretor gerado, outros cinco sejam criados indiretamente, com as indústrias que fornecerão os componentes, isto é, novos 25 mil postos. Empresas também poderão vir para cá e fornecer ao Atlântico Sul. A vinda delas poderá ser dar por uma questão de competitividade´, comenta. ´Um estaleiro é uma cidade, com uma indústria muito diversa, envolvendo 40 atividades. E é preciso um fornecimento de equipamentos de energia elétrica, de transmissão, esgoto, móveis, paredes, lâmpadas´, completa.
SÉRGIO DE SOUSA
Repórter
SÉRGIO DE SOUSA
Repórter
Um comentário:
É evidente o aumento do valor agregado dos produtos da INACE nas demonstrações financeiras de 2006. Com queda no faturamento, mas aumento no lucro fica patente que houve uma diminuição dos custos e aumento do valor do bem produzido.
Com essa vaga no mercado para os produtos da INACE, espero ver fortalecida a posição da empresa e quem sabe até consolidando um mercado de embarações militares.
Parabens!
Postar um comentário